
Por querer conhecer a realidade do Brasil, foi que Audrun Fretland, 23 e Rebekka Andreassen, 24 anos resolveram fazer um estágio na ABADEUS. Saiba um pouco sobre a experiência dessas jovens nessa entrevista.
ABADEUS: Qual o objetivo de vocês em realizar um estágio fora da Noruega?
Rebekka Andreassen: Nós estamos fazendo o curso de Diaconia da Igreja Luterana, que tem como objetivo educar pessoas para o trabalho em instituições sociais, igrejas ou missões. Como somos enfermeiras, que é um requisito do curso ser graduado nas áreas da saúde, social ou da educação, resolvemos realizar a parte prática do curso na América Latina, então optamos pelo Brasil.
ABADEUS: E por que ter essa experiência na ABADEUS?
Rebekka Andreassen: Por indicação de nossos professores, que já visitaram a ABADEUS e conhecem o trabalho social, é que resolvemos fazer o estágio de cinco semanas. E também porque queríamos saber mais sobre a realidade social do Brasil.
ABADEUS: Que atividades vocês desenvolveram no estágio?
Rebekka Andreassen: Como somos enfermeiras, nosso estágio teve que ser realizado na área da saúde, por isso, além de realizarmos atividades na ABADEUS com as crianças e adolescentes do programa de Abrigo, trabalhamos no posto de saúde, do bairro Cristo Redentor, que é parceiro da entidade. No posto, visitamos cerca de 20 famílias que tinham alguma pessoa com problema de saúde e que precisava de acompanhamento.
ABADEUS: O que mais chamou a atenção de vocês nesse trabalho?
Audrun Fretland: Percebemos que apesar das dificuldades de recursos para realizar ações na área da saúde, podemos observar também o esforço da equipe. O trabalho dos agentes de saúde e profissionais vai além do atendimento técnico, há um comprometimento pessoal em realizar o melhor possível.
ABADEUS: Vocês já tiveram alguma outra experiência de trabalho social?
Rebekka Andreassen: Eu já estive no México, Colômbia, em São Paulo e no Rio de Janeiro realizando atividades sociais. Acredito que auxiliando pessoas necessitadas eu tenho a oportunidade de crescer como pessoa.
Audrun Fretland: Eu já viajei com noruegueses para a trabalhar em um hospital da Espanha, mas na América Latina é a primeira vez. Eu sabia pouco sobre o Brasil e queria aprender coisas novas.
ABADEUS: O que vocês perceberam de diferente entre a nossa realidade e a dos noruegueses?
Audrun Fretland: Acredito que a grande diferença é que na Noruega não existe diferença, por exemplo, no atendimento médico entre ricos e pobres. Lá, cerca de 36% do salário dos cidadãos vai para o governo, mas é muito bem administrado, não existe desvios ou corrupção.
Rebekka Andreassen: Na Noruega, há um comprometimento do governo na resolução dos problemas da população. Em casos de saúde, os funcionários do poder público acompanham pessoalmente os enfermos nos hospitais, clínicas e em suas casas, marcando consultas, reservando vagas em hospitais e garantindo os medicamentos e alimentação necessários.
ABADEUS: Que avaliação vocês fazem da experiência obtida na ABADEUS?
Audrun Fretland e Rebekka Andreassen: Percebemos que a direção está realizando um trabalho social baseado em ações cristãs. Existe uma equipe motivada e comprometida. Os projetos sociais atendem as necessidades de diversas áreas. A ABADEUS trabalha o social e o humano. Nos sentimos parte da equipe.
ABADEUS: Por que trabalhar com o social?
Rebekka Andreassen: Direcionei minha vida para a área social, fazendo missões no mundo. Uma vez li sobre um cristão que ajudou um menino de rua em São Paulo, acho que aquilo que me motivou bastante.
Audrun Fretland: Porque é um trabalho também de autoconhecimento, nos percebemos através das outras pessoas.